Prospecção tecnológica e patentes: a tecnologia da informação aplicada à propriedade intelectual

Agência participou do curso de Prospecção Tecnológica oferecido pela Redetec.


Patentes são documentos que garantem ao titular a propriedade temporária sobre determinada invenção, impedindo a utilização desta por terceiros. Essa é uma definição rápida e superficial sobre o funcionamento do sistema de patentes que, justamente por ser superficial, exclui uma visão mais ampla sobre a importância desse sistema para pesquisadores, empresas e sociedade. Isso porque, mais do que proteger inventos contra fraudes e cópias oportunistas, os dados disponíveis nestes documentos são publicados e podem fornecer informações que dizem muito a respeito do cenário de determinado mercado ou linha de pesquisa.

No curso Estudos de Prospecção Tecnológica para Gestores e Geradores de Tecnologia, oferecido no último dia 11 de agosto pela Rede de Propriedade Intelectual, Cooperação, Negociação e Comercialização de Tecnologia (Repict/Redetec), o objetivo foi exatamente esse: explicar aos cerca de 40 inscritos os melhores métodos para acessar e gerenciar estas informações, com o apoio de ferramentas e softwares específicos para a tarefa. O treinamento foi coordenado por Cristina d’Urso, instrutora do Centro de Documentação e Informação Tecnológica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e durou o dia inteiro.

Durante a parte da manhã, d’Urso apresentou conceitos básicos relacionados ao assunto, como monitoramento tecnológico, prospecção tecnológica e patentes. Para ela, compreender plenamente esses conceitos é um ponto fundamental para começar a “leitura” do panorama da ciência e tecnologia em determinada área. Por isso, antes do curso sobre prospecção propriamente dita, uma “sessão tira-dúvidas” sobre propriedade intelectual ajudou a esclarecer alguns pontos, muitos deles nebulosos até pra quem trabalha na área há muito tempo.

O estudante Bernardo César, empresário júnior integrante da Fluxo Consultoria, empresa júnior da UFRJ, estava presente e aproveitou muito do curso. “Gostei muito. A participação serviu para tirar muitas dúvidas sobre patentes”. O mesmo aconteceu com Estevão Mano, que já passou pela Fluxo, que aproveitou para destacar a importância da experiência no Movimento Júnior. “Minha passagem pela Fluxo foi um divisor de águas, pude conhecer melhor a parte de gestão, o que me ajudou a definir um norte para minha carreira”, contou.

Representantes da equipe da Agência UFRJ de Inovação também estiveram presentes, atendendo à política de constante capacitação técnica. O coordenador adjunto da Agência, Rogério Filgueiras, destacou a importância do domínio de softwares e sistemas como o Pajek, que ajudam a organizar a matéria bruta encontrada na grande rede.

O grande desafio das empresas é tentar prever as conseqüências de determinadas tomadas de decisões e, portanto, saber como anda a “fronteira” da tecnologia e da pesquisa científica é um bom começo para fazer a escolha certa. Mas d’Urso alerta: “Não existe ‘receita de bolo’. A prospecção tecnológica não se baseia em apenas um indicador, mas envolve diversas análises, desde opiniões de especialistas, passando por análises de mercado e de riscos”. Ela explicou que o processo inclui análises qualitativas e quantitativas, onde se enquadram as buscas nos bancos de patentes; dependendo do software e do sistema utilizado, é possível ter acesso a informações detalhadas sobre dados coincidentes, referências e muito mais.

Agenda

Para esse ano, a Repict tem mais quatro cursos programados. O próximo é o nível intermediário do Módulo de Patentes, com foco em Biotecnologia, marcado para os dias 24 e 25 de setembro. Os interessados precisam ter cursado o curso básico de Propriedade Intelectual ou o Módulo Patentes I, ambos do INPI.

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