Invenções da UFRJ viram produtos e ganham o mercado

da edição de 9 de abril

Nos últimos meses, o trabalho de mediação realizado pela Agência UFRJ de Inovação garantiu uma aproximação entre a produção científica da Universidade e as demandas de empresas do setor produtor de bens e serviços. Por meio de licenciamentos, empresas ganharam direitos sobre produtos desenvolvidos na Universidade. O investimento do setor vai contribuir para que as inovações cheguem ao mercado, na forma de bens e serviços.

Nessa edição de Por dentro da Agência, você vai encontrar informações sobre algumas das invenções licenciadas nesse primeiro semestre, que em breve devem atravessar os muros da Universidade. Destaque para a área de soluções ambientais, como o processo de obtenção do elastômetro reciclável, proposto no Instituto de Macromoléculas da UFRJ (IMA) que vai passar a ser aplicado pela Clean Rubber, empresa fabricante de produtos de borracha. Inovações terapêuticas, como a estratégia de combate a tumores desenvolvida na Coppe, também entram na lista de patentes recém-licenciadas.

Veja a seguir mais detalhes sobre cada uma delas:

"Luminol brasielro" vai ser produzido em escala insdustrial

Conhecido desde o início dos anos 2000, quando ajudou a solucionar crimes complicados no Rio de Janeiro, o chamado “luminol brasileiro” foi licenciado no final do ano passado. Depois da chamada pública proposta pela Agência UFRJ de Inovação, a produção industrial do líquido que sinaliza marcas de sangue até dias depois de um crime passou a ser direito da Alfa Rio Química.

Entre as vantagens do produto desenvolvido por Cláudio Lopes, pesquisador do Instituto de Química da UFRJ, destaque para o preço reduzido em relação à substância importada e para a possibilidade de uso sob iluminação precária (como em favelas, por exemplo). Os EUA utilizam um produto semelhante desde a década de 1960, mas para que o líquido indique a evidência de sangue, é necessário um complexo aparato de iluminação, o que acaba encarecendo a técnica.

Empresa adota técnica mais eficaz para reciclagem de borracha

A quantidade de pneus descartadas no Brasil e no mundo é da ordem dos milhões. Só em 2006, a produção desse tipo de lixo no Brasil ultrapassou os 50 milhões. Esse é um dos números apresentados pela pesquisadora Elen Vasques Pacheco, do Instituto de Macromoléculas, para justificar a elaboração de um processo eficiente para reciclagem desse tipo de borracha.

A invenção de Pacheco viabiliza a obtenção de elastômero regenerado a partir do processo de reciclagem. Basicamente, a técnica elaborada pela pesquisadora vai permitir uma reciclagem eficaz, não só de pneus, mas também de resíduos de mangueiras, calçados e tubulações, à base de borracha vulcanizada.

Diferente de outras técnicas aplicadas à substância, o método proposto por Elen Pacheco utiliza resíduos óleosos e agrícolas como aditivos capazes de melhorar a plasticidade dos resíduos regenerados por meio de sistemas mecano-químico. Além disso, pode reduzir substancialmente o custo de matéria-prima dos produtos regenerados e revulcanizados. Agora, a técnica vai ser aplicada pela Clean Rubber, empresa especializada na fabricação de produtos à base de borracha.

Técnica de combate a tumores será comercializada

A First Line Medical Devices vai passar a aplicar o novo processo de síntese de partículas PVA, desenvolvido durante pesquisas do engenheiro José Carlos Pinto, da Coppe/UFRJ. Esse tipo de partícula é usada na embolização vascular, uma estratégia que bloqueia fisicamente vasos sanguíneos responsáveis pela irrigação de tumores. Como resultado, a região tumoral diminui e a tendência é de que o tecido lesionado se recupere com o tempo.

Normalmente, as partículas são produzidas a partir da dissolução de uma estrutura semelhante ao PVA, o PVAc. Entretanto, de acordo com o pesquisador, as partículas obtidas a partir dessa técnica apresentam forma irregular, semelhante a flocos. Além disso, as partículas produzidas por esse e outros métodos experimentados anteriormente apresentam outras desvantagens, como facilidade de aglutinação e agregação e custo muito elevado.

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